A companhia, maior exportadora de carne de frango do mundo e dona das marcas Sadia e Perdigão, espera começar a atuar de maneira mais intensa com a terceira marca a partir do primeiro trimestre de 2018. A empresa não deu detalhes sobre os produtos de atuação da nova marca.
O vice-presidente de negócios da companhia no Brasil, Alexandre de Almeida, afirmou durante teleconferência com os analistas que a terceira marca permitirá à BRF ingressar em um segmento de mercado em que não está presente atualmente e que compõe mais de 30 por cento do mercado brasileiro de alimentos processados.
“A terceira marca terá função de otimizar a cadeia, permitindo melhor aproveitamento de sobras de matéria-prima”, disse o executivo.
O presidente do conselho de administração da BRF, Abilio Diniz, afirmou ainda que a companhia está “muito confiante” sobre a criação da nova marca e que ela deverá “acrescentar participação de mercado” e elevar a produtividade do grupo já que a produção destinada para ela vai ajudar a ocupar capacidade não utilizada da empresa.
Às 10:51, as ações da BRF exibiam alta de 3,5 por cento, cotadas a 40,38 reais, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,3 por cento.
A BRF fechou o segundo trimestre com prejuízo de 167 milhões de reais, pressionada pelos impactos de custos gerados pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, deflagrada em março e que prejudicou exportações do setor.
Durante a teleconferência, executivos da companhia afirmaram que esperam que o terceiro trimestre deste ano seja o último em que a empresa vai capturar o impacto da queda do preço dos grãos que vem ocorrendo desde o final do ano passado. A BRF ainda vai adotar política de reduzir estoques de grãos ao longo dos próximos meses.
Já sobre a unidade One Foods, dedicada à produção de alimentos para públicos do Oriente Médio, o presidente da BRF, Pedro Faria, comentou que espera que a unidade volte a apresentar dois dígitos de margem após um segundo trimestre em que a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu de 15,2 por cento um ano antes para 1,6 por cento.
“Deveremos ver margens de dois dígitos para One Foods no terceiro trimestre, voltando a patamares históricos no quarto trimestre”, comentou Faria. Ele afirmou que a queda na margem da unidade ocorreu por alto nível de estoques na região e demanda mais fraca e dificuldades da companhia em fazer repasses de preços.
Na frente financeira, a BRF tem meta de reduzir seu endividamento líquido para uma relação sobre Ebitda de 2,5 vezes até o final de 2018. No final do primeiro semestre, a alavancagem da companhia foi de 4,9 vezes ante 1,99 vez um ano antes.
Na véspera, a companhia anunciou que o conselho de administração decidiu vender até a totalidade das 13.468.001 ações da empresa mantidas em tesouraria, a fim de reforçar o caixa da empresa e reduzir níveis de endividamento.